"E se eu fugir pra bem bem longe me encontrar pode ser que antes eu descanse em algum lugar e perca minha memória..." Rosa de saron

quarta-feira, 28 de março de 2012

Primeiro adeus

        Sempre tive a certeza de que minha mãe nunca morreria... mas de um 7 pra 8 baixei os olhos e vi toda a vida acabar.
        Minha mãe sempre foi alguém acima do bem e do mal pra mim, sempre que rezava pedia a deus pra ser metade dela... não sei porque, mas tenho poucas lembranças de quando criança, das poucas que tenho lembro da proteção quando corria de medo dos fogos do círio... de cedo sempre repeti “minha mãe nunca me bateu”, não precisava ... tinha um medo terrível de desapontá-la, tanto que dava sempre o melhor para agradá-la, lembro do seu silêncio de sabedoria, que das poucas palavras que dizia acertava em cheio as minhas falhas...
       De todas, a pior falência é não ser Deus pra poder determinar quem fica e quem parte... mais as mães nunca partiriam, isso é certo...
        Até o ultimo minuto seu silencio dizia pra eu não chorar, pra deixá-la ir pra Deus, queria hoje trazê-la de volta pra dizer um ultimo “eu te amo”, “ainda preciso de ti”, mas meus superpoderes não vão além de sentir, ainda, seu cheiro em mim, sua calma invadindo minha noite de insônia...
     Um ultimo abraço seria inesquecível, incomparável aos outros que dei, e a cada sonho reavivo um momento feliz ao teu lado, reabro minha vida junto da tua, da minha maneira, do jeito que guardo, serve ao menos de refúgio da minha saudade, que certamente nunca irá passar, nunca irá se conformar em ter somente lembranças... de cheiro..riso...silêncio...
      Queria ver, sentir, tocar, rir contigo, ouvir tua voz.... Quero só o que nunca vou ter de novo, quero o que somente não vou ter jamais. Mãe onde estou estás comigo, onde estiver esteja comigo também. Te amarei até o fim...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A ORDEM DO CAOS

Depois de semanas sem escrever, saiu isto, fruto da minha alma inconformada...



De quando em quando o tempo para
Uma total inércia, nem vento, nem sol, nem chuva...
Equivoco, tudo se movimenta,
Inerte... somos NÓS...
Atados... Amarrados na dura e trepida corda do destino
Que insiste em nos provocar
E esfregar em nossa cara as fortunas alheias
Desterro, Escárnio, má sorte, risco, perigo, impaciência...
Talvez Deus zombando pelos pecados...
Deus permanece em sua indiferença
Transgressão, Sacrilégio, Culpa, perdão...
De ímpeto volto a terra e lembro da religiosidade,
Das lições, catecismo,
Prisões da memória...
Seria de outro jeito? Não fosse assim...
O ato é sempre envolto da lama imposta
Fogo de centeio...
Costume, moral, grades...
Demônios, anjos...
Noite... Dia...
Pecados... perdão
Realidade, Castigo duplo.
Duplo Perdão? (Deus brincando de marionetes)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

VELHOS OUTONOS ROSA DE SARON

AS VEZES SENTIMOS O TEMPO PARAR... EQUIVOCO TUDO TEM MOVIMENTO AO NOSSO REDOR SÓ NÓS NÃO SAIMOS DA INÉRCIA... TUDO ERRADO... TUDO PARADO, NADA ACONTECE... NADA APARECE...  a ordem do caos. Eis este lindo texto de Guilherme sá
"Os dias passam, passam as horas
Tocando temas com um piano desafinado
Mais ou menos errado, mais ou menos parado
Sem sentido, um pouco ignorado
Gritos ecoam, selam memórias, marcam
Deus ainda chora, sempre rimos e o mundo esquece
O tempo da última prece
E ninguém aquece, ninguém acontece
Você sente na pele
Os dias estão frios, as noites estão quentes
Caminham num labirinto de vento
Vestindo pouco a pouco o esquecimento
Somos o que fazemos para mudar o que fomos
Mas se nada somos, virão apenas velhos outonos"

Vai ficar ou vai correr?
Vai Salvar ou esquecer?
Eu só quero que me ame até o pôr do sol

"Uma lágrima no chão reagiu minha lentidão
Tocou meu coração, fiz o que precisava
Ele chorava e eu perguntava
É comida? É uma casa?
Mal a noite caia, ele dizia
"Se quiser fazer algo por mim
Faça um verso sereno
E que ele me leve
Não somente até o céu, mas perto das estrelas"
Somos o que fazemos para mudar o que fomos"

Vai ficar ou vai correr?
Vai Salvar ou esquecer?
Eu só quero que me ame até o pôr do sol

Take care about tomorrow
You need someone to follow
Yeah, there's a happy end
Even at the end

I can trust you, I can see
I can try, I can feel it
Cause tomorrow will be better
We must believe it

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sobre Gays e outras letras...

    Tenho visto ultimamente uma tendência a assuntos gays na mídia, adianto que não sou preconceituosa e nem tampouco defendo os heteros, mas percebo que a questão de direito que se coloca é, como bem reza a CF, “Todos são iguais perante a lei”. Se todos são iguais, por que criar lei que ampare uma e outra “classe?” Por que tanto foco à minoria gay?

     Sei e sou a favor da criação de lei que ampare minorias, pois bem sabemos, o nosso código de leis é obsoleto e elitista, então só mesmo emendas para, no sentido literal, consertar o tecido que há anos está “rasgado”. Mas quando se fala em minorias não podemos pensar somente nos GLBTS, temos negros, pobres, umbandistas, nordestinos, nós paraenses e infinitas outras classes que há muito vêm sendo alvo de preconceitos...

     Daí emerge a questão: Por que a mídia dá tanta vazão aos homossexuais? Será que pelo fato de serem polêmicos...?

     Se a mídia colocar assuntos que falem dos negros e pobres não teria tanta repercussão nem tantos posts nas noticias. Grandes sites na internet têm veiculado noticias sobre as atividades dos GLBTS, muitas polêmicas dos que freqüentam Brasília, novelas... Aí notei que noticias sobre pobres e as demais são apenas vistas nos noticiários de tragédias.

     Têm-se dado grande espaço para as contradições dentro de uma antitética mídia, Imagens caricatas destas classes que só são bem vistas ou não quando chamadas “a glamurosa vida da classe C”, pois são assim denominados, esta é a letra que falta na sigla das minorias, com todas as inferências que podemos fazer aos que compõem a terceira classe... Na classe A está toda a maioria, os demais na classe B e a classe C tudo que nos causa vergonha e repúdio. É desta forma que denominamos as pessoas que formam a base desta pirâmide.

     Mas quem está ai pra isso? eles nem mesmo têm “PARADA C” para lançarem-se na mídia! O crucial é notar que somente os filhos da PUlítica e providos de grana têm vez no round, igualdade mesmo só no caput do artigo 5º da CF.

Fabrício Carpi Nejar

há algum tempo conheci o escritor Fabrício Carpi Nejar, Wanessa me contou dos seus textos e li um poema do livro cinco Marias. Vi que havia muito de mim nele.

Poemas do livro Cinco Marias

Chega um momento
em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.

...

Eu fui uma mulher marítima,
as rugas chegaram antes.

Eu fui uma mulher marítima,
paisagem e pêssego,
uma faísca
entre a corda do barco
e a rocha.

Eu fui o que não sou.
Depois que inventaram o inconsciente,
a verdade fica sempre para depois.

...

A mãe orquestrava a horta.
Reservava espaço para ervas daninhas
e seu alfabeto de moscas.
Não mexia na ordem de Deus.
Louvada seja
a esmola de uma hortaliça.

...

Acerto o relógio pelo sol.
Percorro as dez quadras
de meu mundo.
As ruas são conhecidas
e me atalham.

...

Meu medo se interessa por qualquer ruído.
Hoje quero alguém para conversar enquanto dirijo,
baixar os faróis em estrada litorânea,
enxergar pelas mãos.

...

Fazer as coisas pela metade
é minha maneira de terminá-las

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sempre existe uma escolha...

Este poema foi escrito pela amiga Wanessa Dias quando conversavamos sobre alguns fatos de minha vida, a amiga com sábia alma de poeta, sentiu e escreveu o "momento"
Eis o poema...

Sempre existe uma escolha


para Cris

andavam com as mãos congeladas
olhares
em apego no asfalto
na conveniência com o asfalto
miravam por outra vez o movimento do nada
sigilo homenageado
palavras evasivas
pálidos sons
na orquestra do artificialismo
colados no costume
na maneira
Chega um dia da falta...
sagram relógios sem ponteiros
horas mortas
tramas da não vida
brincam com um mundo esperando por outro
duplo juramento
duplo falseamento
enterros periódicos
vultos descaídos
tempos arrastados
passos educados
a velhice da expectativa
a lealdade ao nunca
andavam
olhares
outra vez...

Quando se têm filhos...

Há cinco anos, se me perguntassem se queria filhos, sem hesitar responderia não, conheci meu marido Junior e começamos a vida... Tive a Manuela e descobri o que é ser mãe (sem o clichê de padecer no paraíso!) acordar cedo, fazer mingau, planejar aniversario... essas coisas que só fazemos quando temos filhos. Outro dia estava eu em um sábado com creme e touca no cabelo quando minha filinha de 4 anos pediu para colocar nela também. Daí pediu pra fazer escova e tudo. Acontece que ela se apaixonou por um filme da Disney, "enrolados", que tem um personagem com espécie de retextualização da Rapunzel, cabelos lisos e longos e adivinha minha filha têm cabelos encaracolados, então queria se parecer com a Rapunzel, o motivo da escova.
Mas esse não é o foco, descobri como é fácil fazer uma criança feliz. Depois da escova o cabelo cresceu, ficou liso, e minha filha encheu-me de obrigados infinitos e recheados de beijos sinceros, que pode parecer pouco, mas dá uma sensação de dever cumprido em um simples gesto!
Antes de tê-la não sabia o quanto as pequenas coisas podem nos trazer prazeres tão diversos, uma simples ida a praça, um chegar em casa, um simples bombom trazido da rua, uma simples camiseta do personagem favorito, um simples brincar de boneca... È assim que me sinto, como se estivesse brincando com uma boneca que eu fiz, grande, linda, viva e grata por brincar com ela. Boneca que têm vontades... gosto próprio... carinho e admiração por sua “criadora”. È tudo muito bobo, mas com filhos ocorre deste jeito coisas simples nos fazem extremamente felizes
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